O manejo sustentável das florestas

Muito se tem falado sobre desmatamento e nada prático se tem feito. Somente discussões inócuas e sempre com algum viés de representantes de organizações não governamentais (ONG) e a sociedade fica totalmente desinformada do que é verdade e do que é apenas interesse em obter dinheiro público para, hipoteticamente, defender as matas. Conforme o engenheiro agrônomo Alfredo José Barreto Luiz, pós-doutorado em sensoriamento remoto pelo INPE, o Brasil tem quase 60% do território coberto por florestas, e toda essa área preservada, de 4,9 milhões de quilômetros quadrados, é maior que a soma dos territórios dos 28 países da União Europeia. Também informa que o maior problema com o meio ambiente no Brasil está relacionado com o saneamento básico, pois apenas 48,6% da população têm coleta de esgoto e apenas 40% são tratados. Os dados do INPE mostram que 94% do Estado do Amazonas está preservado. No Amapá, também na Amazônia, chega a 99,6%. Há dois tipos de florestas, a plantada e a nativa, mas para serem sustentáveis devem sempre conter árvores de todas as idades e frequentemente espécies diferentes. Conforme as árvores amadurecem, elas são derrubadas e a madeira natural é processada em serrarias. Árvores cortadas são substituídas por mudas. Dessa forma, a floresta é constantemente renovada. As florestas sustentáveis não são apenas produtivas em termos dos produtos de madeira que fornecem, mas também são consideradas lugares que podem ser explorados pela indústria de lazer e turismo. As florestas sustentáveis aumentam consideravelmente a aparência do ambiente natural e, consequentemente, atraem turistas, como caminhantes, ciclistas e corredores. E essas florestas sustentáveis só podem sobreviver se lucrarem e fornecerem emprego, muitas vezes para a população local. O tipo de emprego disponível incluirá o trabalho relacionado diretamente ao manejo e a manutenção das florestas, mas também empregos relacionados ao setor turístico. Isto incluirá a indústria hoteleira e de restauração. Conheça os princípios, critérios e indicadores para o manejo sustentável das florestas nativas e plantadas.

De modo bem simplificado, todos sabem que não há vida na Terra sem florestas. De certo modo, elas respiram pelo Planeta, absorvendo dióxido de carbono da atmosfera e produzindo o oxigênio que todos necessitam em troca. E, ao armazenar esse carbono, as florestas ajudam a regular o clima global, absorvendo quase 40% das emissões de combustíveis fósseis que os seres humanos produzem.

As florestas também fornecem combustível para cozinhar e aquecer, plantas medicinais, alimentos, habitat da vida selvagem, água limpa, pedras espirituais e culturais e, para muitos, os meios para ganhar a vida. Aproximadamente 70% dos animais e plantas terrestres vivem em florestas, enquanto mais de 25% das pessoas do mundo – quase 1,6 bilhão – dependem dos recursos florestais para sua subsistência, com 1,2 bilhão deles usando árvores para gerar comida e dinheiro.

O valor econômico desses serviços ecossistêmicos foi estimado em US$ 33 trilhões por ano, o dobro do PIB dos Estados Unidos. A única maneira realista de conservar as florestas é aplicar práticas de manejo florestal sustentável.

No entanto, apesar de tudo o que as florestas fazem pelo meio ambiente, elas continuam a ser sacrificadas pelo consumo humano insustentável, com riscos incalculáveis. Todos os anos pelo menos 13 milhões de hectares, 26 vezes o tamanho do Grand Canyon nos USA, ou 24 hectares por minuto. Para regenerar os recursos que já está consumindo, haveria a necessidades de uma 1 ½ Terra, mas a demanda ainda está crescendo. Não importa como se faça, a matemática simplesmente não some e os níveis atuais de consumo não podem ser sustentados.

Enquanto existirem seres humanos neste Planeta, haverá uma demanda por madeira, celulose e outros recursos florestais, e haverá empresas que se empenharão em atender a essa demanda. Além disso, as pessoas que vivem e trabalham nas florestas sempre precisarão alimentar suas famílias e colocar um teto sobre suas cabeças.

As grandes desigualdades na economia global aumentam o desespero econômico que alimenta a extração ilegal de madeira e a caça ilegal. A única maneira realista de conservar as florestas é aplicar práticas de manejo florestal sustentáveis – uma abordagem de conservação e subsistência que já provou ser bem-sucedida em quase meio bilhão de acres de terra ao redor do mundo.

Para muitos, o termo silvicultura sustentável pode parecer um oximoro. Como a extração madeireira pode ser sustentável quando, por definição, requer que as árvores sejam cortadas? A resposta completa é complexa, mas se tiver que reduzi-la a uma palavra, seria equilíbrio.

A ideia da silvicultura sustentável, de uma perspectiva puramente ecológica, é a medida em que as práticas florestais imitam os padrões naturais de perturbação e regeneração. Ela busca equilibrar as necessidades do meio ambiente, da vida selvagem e das comunidades florestais – apoiando rendas decentes e conservando as florestas para as gerações futuras. Há muitos passos práticos que uma comunidade ou empresa pode tomar para proteger a saúde e a longevidade de uma floresta, enquanto ainda lucra com a produção e venda de madeira e outros produtos florestais, como nozes, frutas, óleos e plantas.

Fonte: Revista AdNormas

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